quarta-feira, abril 19, 2006
O voo da cegonha
Finalmente parece que a gripe das aves teve algum benefício!
Uma cegonha afectada finalmente parou por cima da minha chaminé. Foram precisos 8 anos de muito "tiro" para conseguir, mas eis que a Graça de um filho me chegou, e daqui a 1 mês, o Miguel vem viver connosco.
Podia entrar aqui em grandes verborreias sobre o assunto, mas só me apetece estar calado e olhar a cara dele.
quarta-feira, abril 12, 2006
Arrancando!
Finalmente decidi-me e aqui me lanço nas crónicas.
Ainda não sei muito bem que rumo há-de ter este Periscópio, mas seguramente andarei por aqui a comentar para o universo cibernáutico pequenas coisas que for achando interessantes...
Hoje começo com coisas simples:
Ouvi nas notícias que o Estado acha que a arte portuguesa é subsidio-dependente.
Espantoso! Foram precisos não sei quantos anos para chegarem a essa conclusão brilhante?!?
Experimentem obrigar as empresas como o La Féria ou o Paulo Branco a dar lucro... Eu achei muito interessante um debate, aqui há umas semanas, em que o Paulo Branco defendia que sem apoios era impossível fazer cinema em Portugal. É capaz de ter alguma razão. Mas a verdade é que os apoios vão sempre para os mesmos. Os novos têm que trabalhar a quadriplicar e, com sorte, lá conseguirão alguma coisa.
Lembro-me que, há 4 ou 5 anos, apresentei um projecto ao ICAM aquando do concurso para apoio a curtas-metragens. Eu, um mero gestor, concorri com fundos próprios e alguns amigos da Católica para tentar fazer uma curta. Na altura, todos os professores consideraram o projecto de grande qualidade. Orçamentámos a coisa em cerca de 3.000 euros, e lá andei à procura de apoios, entre os quais o do ICAM. Lembro-me que o caderno do concurso falava em "apoiar novos talentos e empresas emergentes no mundo do cinema".
Curiosamente, os critérios depois começavam por valorizar o número de anos da empresa, o currículo e o número de projectos já realizados.
Claro que a minha curta ficou em 80ª entre 180, tendo sido os dinheiros todos distribuídos para empresas do mercado (Fado, Paulo Branco, etc.). Como vitória moral, ficou a satisfação de ser a melhor fora de Lisboa... e um maçarico que aprendeu a não ser urso!!!!
Arranjei um apoio privado e lá arrisquei a produção. Foi uma confusão (como muitos, aliás), mas uma boa lição de humildade.
Infelizmente, ainda não consegui juntar dinheiro (ou meios) para a pós-produção, e o filme continua por terminar. Lá chegarei, um dia.
Eu sou a favor da abolição da maioria dos subsídios. Principalmente daqueles que são a fundo perdido. Porque a cultura portuguesa é a do "gasta que alguém está a pagar", acho que só no dia em que as coisas deixarem de ser apoiadas é que vão passar a ser bem feitas. Talvez esteja a ser demasiado radical. Talvez não perceba puto disto, e não veja que um "empurrão" só valoriza...
Mas aqui, deste periscópio, esta é a visão do Mundo.
Ainda não sei muito bem que rumo há-de ter este Periscópio, mas seguramente andarei por aqui a comentar para o universo cibernáutico pequenas coisas que for achando interessantes...
Hoje começo com coisas simples:
Ouvi nas notícias que o Estado acha que a arte portuguesa é subsidio-dependente.
Espantoso! Foram precisos não sei quantos anos para chegarem a essa conclusão brilhante?!?
Experimentem obrigar as empresas como o La Féria ou o Paulo Branco a dar lucro... Eu achei muito interessante um debate, aqui há umas semanas, em que o Paulo Branco defendia que sem apoios era impossível fazer cinema em Portugal. É capaz de ter alguma razão. Mas a verdade é que os apoios vão sempre para os mesmos. Os novos têm que trabalhar a quadriplicar e, com sorte, lá conseguirão alguma coisa.
Lembro-me que, há 4 ou 5 anos, apresentei um projecto ao ICAM aquando do concurso para apoio a curtas-metragens. Eu, um mero gestor, concorri com fundos próprios e alguns amigos da Católica para tentar fazer uma curta. Na altura, todos os professores consideraram o projecto de grande qualidade. Orçamentámos a coisa em cerca de 3.000 euros, e lá andei à procura de apoios, entre os quais o do ICAM. Lembro-me que o caderno do concurso falava em "apoiar novos talentos e empresas emergentes no mundo do cinema".
Curiosamente, os critérios depois começavam por valorizar o número de anos da empresa, o currículo e o número de projectos já realizados.
Claro que a minha curta ficou em 80ª entre 180, tendo sido os dinheiros todos distribuídos para empresas do mercado (Fado, Paulo Branco, etc.). Como vitória moral, ficou a satisfação de ser a melhor fora de Lisboa... e um maçarico que aprendeu a não ser urso!!!!
Arranjei um apoio privado e lá arrisquei a produção. Foi uma confusão (como muitos, aliás), mas uma boa lição de humildade.
Infelizmente, ainda não consegui juntar dinheiro (ou meios) para a pós-produção, e o filme continua por terminar. Lá chegarei, um dia.
Eu sou a favor da abolição da maioria dos subsídios. Principalmente daqueles que são a fundo perdido. Porque a cultura portuguesa é a do "gasta que alguém está a pagar", acho que só no dia em que as coisas deixarem de ser apoiadas é que vão passar a ser bem feitas. Talvez esteja a ser demasiado radical. Talvez não perceba puto disto, e não veja que um "empurrão" só valoriza...
Mas aqui, deste periscópio, esta é a visão do Mundo.
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