domingo, janeiro 18, 2009

Israel Out of the Box

As gripes da estação, que chegaram esta semana a toda a minha comunidade familiar tiveram a virtude de me fazer passar horas na cama, deitado, degladiando-me com os meus pensamentos.

Pouco adepto de televisores nos quartos (acho que os livros e uma boa aparelhagem são muito mais vantajosos e positivos para o ambiente familiar), estas são as únicas alturas em que abo excepção disso, pois, preso a um leito, toda e qualquer porta para o exterior é bem-vinda, qual jangada de socorro a náufragos...

Dei por mim, nestes dias, a acompanhar a triste (e algo repetitiva) situação do Médio Oriente, e não pude deixar de me arrepiar com o comportamento dos israelitas, que, do cimo de um monte junto à Faixa de Gaza, aplaudem e festejam a desgraça que acontece aos seus vizinhos.

Acredito, sinceramente, que os judeus israelitas não são loucos nem sádicos, como creio piamente que os palestinianos tambem não são terroristas. Trata-se de povos cheios de feridas recentes e mais longínquas com dificuldades de entendimento seculares, ainda que o país Israel não seja assim antigo.

Mas pus-me a pensar se haveria alguma forma, por mais surreal que fosse de acabar com este clima. E então, ocorreu-se-me! É claro que sim. E se Israel fosse o melhor amigo da Palestina?!?

Aim, eu estava om febre, mas não o suficiente para entrar em delírios. Apenas me limitei a fazer um exercício mental simples.

Imaginemos que Israel fornece TUDO à Palestina, tudo mesmo:

Comida, medicamentos, infra-estruturas, armas, até.

Será que os Palestinianos quererão, ainda assim, eliminar o Estado de Israel?

Será que o Al Corão lhes permite isso?

Será que o povo da Palestina, se sentisse no povo de Israel um povo Amigo no mais completo sentido da palavra, se deixaria levar pelos fundamentalistas?

Seria uma mudança muito grande nos comportamentos...

Sendo os judeus tão bons negociantes, será que não conseguem ver isto?!? É os mesmo que querer entrar num determinado mercado com um determinado produto. Claro que, provavelmente, só com tempo esta medida daria frutos, e concerteza, haveria muitos, MUITOS incidentes pelo meio.

Mas acredito sinceramente, deste sítio para onde olho o Mundo, que daria frutos positivos. E todos seríamos certamente mais felizes.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Ano Novo

Os anos e os aniversários trazem-me sempre uma espiritualidade algures entre o saudosista e o inspirado.

Saudosita porque, de repente, passa-se um dia mas parece que é muito mais. De repente, somos tomados pela "febre dos balanços" e acreditamos que o passado ficou definitivamente lá atrás, distante, como se aquelas 24 horas representassem qualquer coisa muito mais profunda!

Inspirado, porque é nestas alturas que nos enchemos de fé e esperança de que tudo começa de novo (algures como se chegássemos à Casa "Partida" do Monopólio) e a força que emana de nós é capaz de nos fazer chegar a qualquer lado, de nos permitir fazer qualquer coisa em qualquer altura.

O ano novo faz de nós Super-Homens de bolso, mas em forma de balão que se esvazia rapidamente, algures entre a primeira semana do ano e os dias subsequentes.

Mas a crise também deve ter chegado às esperanças. Porque este ano sinto-me incapaz de sonhar em grande (logo eu, que passo a vida a dizer que para pequena já basta a vida!), de acreditar que vou fazer o Mundo parar à minha custa.

Uns poderão chamar-lhe maturidade. Outros, desencanto. Mas eu acho que é mesmo da crise. Esta coisa de passarmos o dia a ser bombardeados com desgraças financeiras e sociais não nos dá sossego, nem aos nossos sonhos.

E não há pior que atacarem os sonhos das pessoas.

É por isso, que este ano a saudade é maior. A saudade dos tempos passados, mas também daqueles tempos futuros que, afinal, já não vão acontecer este ano. Talvez no seguinte. Ou no outro, se lá chegarmos, se Deus quiser, o tempo deixar e o trânsito permitir (citando um ilustre Professor dos tempos da Universidade).

Até lá, vivemos estes tempos, de saldo, de reduções nos sonhos e nas realidades, que não é tempo para brincadeiras.

Estão a tirar a piada toda à vida.

Já não bastava as mentiras dos políticos, as desgraças do futebol ou as novelas e reality shows. Agora, já entram pela nossa cabeça e destroem os sonhos...

Não é justo! Mas lá havemos de chegar...

Afinal, somos Portugueses, desenrascados por natureza. ambiciosos por herança genética e sonhadores por fado.

Lá chegaremos, mais cedo ou mais tarde. E por sabermos isso, cá vamos vivendo "nunca pior!" (dizia o Eça em algum livro) com as nossas pequenas vitórias de cada dia.

É nestas alturas que vale a pena ser Português. Habituados que estamos a sermos uns desgraçados, pelo menos agora sabemos que não estamos sozinhos. E cá haveremos de conseguir tirar algum proveito da coisa...

Pelo menos, assim parece desta janela para o mundo exterior...